sexta-feira, 24 de abril de 2009

PESCADORES DE ILHA DE MARÉ E PASSÉ FAZEM MOBILIZAÇÃO CONTRA A PETROBRÁS

MOVIMENTO DOS PESCADORES DA BAHIA

No dia 15 de Abril houve um derramamento de óleo da Petrobrás contaminando as áreas de pesca e Mariscagem prejudicando milhares de pescadores e marisqueiras. Pescadores denunciam que o desastre ambiental tem proporções bem maiores que anunciado pela Petrobrás. O derramamento de óleo logo espalhou-se peles praias e manguezais da região e já atingiu os manguezais de Passe(Candeias) aonde pescadores de toda região, principalmente os de Passe e Ilha de Maré pescam.

Os pescadores denunciam que o estuário está contaminado e estão impossibilitados de pescar comprometendo a sobrevivência das comunidades. Já existem pessoas passando fome, situação que agrava, principalmente, em se tratando das crianças. Muitos peixes e mariscos estão morrendo o que indica que os danos causados trarão também conseqüências futuras por bastante tempo.

Indignados com os danos sofridos centenas de pescadores de Ilha de Maré e Passé ocuparam 4 barcos e duas balsas da Petrobrás e informaram que os barcos só serão liberados após a Petrobrás tomar as devidas previdências. A situação é tensa e os funcionários dos barcos abandonaram a embarcação ontem no início da noite do dia 20.

Na manhã de terça-feira iniciou-se o processo de negociação, porém a Petrobrás enviou duas pessoas inaptas e intransigentes e sem poder de decisão. Chamavam os trabalhadores de criminosos, ameaçavam entrar com o pedido de reintegração de posse e acionar a polícia. O mais grave é que não assumiram a responsabilidade pelos danos ambientais e sociais causados negando a contaminação nos manguezais denunciada pela comunidade. Por fim negaram-se a tratar da pauta de reivindicação enquanto o movimento desocupassem as balsas.

À noite a comissão foi convidada a voltar para negociar com pessoas com poder de decisão. Lá concordaram em dar seguimento às negociação após uma vistoria na área para identificar as proporções dos danos causados. A vistoria foi marcada para as oitos horas da manhã, horário da maré baixa, horário possível para identificar a presença do óleo nos manguezais e coroas. Lamentavelmente a Petrobrás não cumpriu com compromisso firmado e só chegou ao local após as onze horas, quando a maré já estava cheia, dificultando a visualização dos danos. Prorrogando para amanhã a vistoria.

Os trabalhadores viram todos estes fatos como intransigência e desrespeito da Petrobrás, que busca desgastar a mobilização dos pescadores. Contudo, diante destes fatos, as comunidades estão ainda mais indignadas e a mobilização está ganhando mais adesão, inclusive contando com a solidariedade de companheiros de outras localidades que estão chegando a partir de amanhã para reforçar o movimento.

No Rio e no Mar

Pescador na Luta!

Nos açudes e nas barragens:

Pescando liberdade!

Hidronegócio: Resistir!

Cercas nas Águas: Derrubar!

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