terça-feira, 28 de abril de 2009

Transposição do São Francisco afeta terras indígenas

Bispo afirma que 48 obras do PAC afetam áreas indígenas

MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Indaiatuba
JOSÉ EDUARDO RONDON
da Agência Folha

O bispo do Xingu (PA) e presidente do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), d. Erwin Krautler, 69, disse ontem durante a 47ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que 48 obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, afetam diretamente terras indígenas.

Segundo bispo, o PAC é "autoritário e arrogante", pois as populações atingidas não são ouvidas sobre as obras em tempo hábil. Além de falar sobre o tema em entrevista ontem, d. Erwin divulgou um texto intitulado "A igreja e os povos indígenas", no qual diz que os principais impactos causados são sociais e ambientais.

"São projetos de transformação de leitos de rios em hidrovias, de construção de usinas hidrelétricas, de utilização de terras indígenas para passagens de gasodutos, minerodutos e linhas de alta tensão", diz o texto do bispo, que anda escoltado por policiais no Xingu por estar ameaçado de morte.

Entre as obras com verbas do PAC citadas pelo bispo estão a Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, a Hidrelétrica de Estreito, nos Estados do Tocantins e Maranhão, e a transposição das águas do rio São Francisco, na região Nordeste.

Em outro levantamento divulgado pelo bispo, ele diz que, --no total-- incluindo obras do PAC e outras financiadas pela iniciativa privada e Estados, 450 empreendimentos afetam terras indígenas.

A reportagem procurou a Casa Civil, por meio da assessoria de imprensa, para que comentasse as declarações do religioso sobre as obras do PAC. Até as 19h de ontem isso não havia ocorrido.

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u557095.shtml

sexta-feira, 24 de abril de 2009

PESCADORES DE ILHA DE MARÉ E PASSÉ FAZEM MOBILIZAÇÃO CONTRA A PETROBRÁS

MOVIMENTO DOS PESCADORES DA BAHIA

No dia 15 de Abril houve um derramamento de óleo da Petrobrás contaminando as áreas de pesca e Mariscagem prejudicando milhares de pescadores e marisqueiras. Pescadores denunciam que o desastre ambiental tem proporções bem maiores que anunciado pela Petrobrás. O derramamento de óleo logo espalhou-se peles praias e manguezais da região e já atingiu os manguezais de Passe(Candeias) aonde pescadores de toda região, principalmente os de Passe e Ilha de Maré pescam.

Os pescadores denunciam que o estuário está contaminado e estão impossibilitados de pescar comprometendo a sobrevivência das comunidades. Já existem pessoas passando fome, situação que agrava, principalmente, em se tratando das crianças. Muitos peixes e mariscos estão morrendo o que indica que os danos causados trarão também conseqüências futuras por bastante tempo.

Indignados com os danos sofridos centenas de pescadores de Ilha de Maré e Passé ocuparam 4 barcos e duas balsas da Petrobrás e informaram que os barcos só serão liberados após a Petrobrás tomar as devidas previdências. A situação é tensa e os funcionários dos barcos abandonaram a embarcação ontem no início da noite do dia 20.

Na manhã de terça-feira iniciou-se o processo de negociação, porém a Petrobrás enviou duas pessoas inaptas e intransigentes e sem poder de decisão. Chamavam os trabalhadores de criminosos, ameaçavam entrar com o pedido de reintegração de posse e acionar a polícia. O mais grave é que não assumiram a responsabilidade pelos danos ambientais e sociais causados negando a contaminação nos manguezais denunciada pela comunidade. Por fim negaram-se a tratar da pauta de reivindicação enquanto o movimento desocupassem as balsas.

À noite a comissão foi convidada a voltar para negociar com pessoas com poder de decisão. Lá concordaram em dar seguimento às negociação após uma vistoria na área para identificar as proporções dos danos causados. A vistoria foi marcada para as oitos horas da manhã, horário da maré baixa, horário possível para identificar a presença do óleo nos manguezais e coroas. Lamentavelmente a Petrobrás não cumpriu com compromisso firmado e só chegou ao local após as onze horas, quando a maré já estava cheia, dificultando a visualização dos danos. Prorrogando para amanhã a vistoria.

Os trabalhadores viram todos estes fatos como intransigência e desrespeito da Petrobrás, que busca desgastar a mobilização dos pescadores. Contudo, diante destes fatos, as comunidades estão ainda mais indignadas e a mobilização está ganhando mais adesão, inclusive contando com a solidariedade de companheiros de outras localidades que estão chegando a partir de amanhã para reforçar o movimento.

No Rio e no Mar

Pescador na Luta!

Nos açudes e nas barragens:

Pescando liberdade!

Hidronegócio: Resistir!

Cercas nas Águas: Derrubar!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

V Povos do Cerrado de Pirapora


V Encontro Regional Povos do Cerradode Pirapora


“Construindo Pontes Entre os Saberes Para a Restauração do Cerrado”

10 a 13 de junho no Centro de Convenções de Pirapora.



Apresentação
O cerrado, segundo maior bioma do Brasil, abriga grande parte da população brasileira, agregando uma pluralidade de costumes, valores e crenças, tendo na cultura uma das principais formas de existência desta gente.
Como pressuposto de que os laços que unem os povos à terra são as tradições e os modos de vida, percebe-se que as modificações que ocorreram e continuam a ocorrer no “Sertão das Gerais”, pela via capitalista e todos os tipos de invasões cultural, econômica e principalmente ambiental, fazem com que os elos se esvaiam com a transformação do ambiente modificado para receber os novos modos de produção.
Nessa perspectiva sente-se a necessidade de promover a interação dos mais diversos segmentos da sociedade, buscando refletir sobre o viver do e no cerrado e os impactos provocados pela utilização dos seus recursos naturais.
A ocupação racional e estratégica, o planejamento integrado, a criação de empregos, o combate à pobreza, um sistema social com segurança, além da preservação dos recursos naturais e a solidariedade com as futuras gerações, são os desafios para se alcançar o desenvolvimento sustentável no Cerrado.
Nesta ótica, o V Encontro Regional dos Povos do Cerrado tem como objetivo promover debates, oficinas, palestras e grupos de trabalho para trocas de experiências, discussão de problemas e sugestões para o fortalecimento de articulações políticas para garantia da conservação e do manejo adequado do Cerrado pela população que habita e tem sua sobrevivência atrelada a ele. O V Povos do Cerrado representa uma oportunidade para que populações tradicionais, trabalhadores rurais, pescadores, ONGs, pesquisadores, empresários e representantes governamentais estejam juntos discutindo de forma participativa estratégias para a restauração, conservação e o e uso sustentável do Cerrado.
Durante a realização do encontro, acontecerá a “FEIRA REGIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA: OUTRA ECONOMIA ACONTECE!” com a participação de vários grupos de empreendimentos solidários do Norte de Minas Gerais que utilizam recursos do cerrado e do Rio São Francisco. Além do espaço para exposição e venda, a Feira Regional de EPS promoverá oficinas e espaços de discussão para que os grupos possam trocar experiências e planejar ações que incentivem e fortaleçam o uso sustentável do cerrado e a economia solidária em nossa região.
1. Apresentação de trabalhos
Eixos Temáticos:
I. Populações Tradicionais, Modos de vida e Cultura nos Cerrados
II. Bioma Cerrado: Conservação e política ambiental
III. Socioeconomias e reprodução social nos Cerrados
IV. Espaço regional, cidades e dinâmica global
V. Turismo, Educação ambiental e Ensino contextualizado a vivência no Bioma Cerrado
VI.Desenvolvimentos, agronegócio, conflitos socioambientais, gênero, saúde e qualidade de vida nos Cerrados.
Prazo para Inscrição de trabalhos completos e resumos: de 1 de abril 18 de maio de 2009. obs. Não haverá prorrogação deste prazo

Os trabalhos científicos, técnicos ou culturais poderão ser inscritos no V Encontro Regional dos Povos do Cerrado em duas modalidades: Artigos Completos em Comunicações Coordenadas (CC’s) e Pôsteres. Para cada inscrição serão aceitos até dois trabalhos por pessoa sendo um como autor e outro como co-autor. Os trabalhos inscritos deverão apresentar resultados de pesquisas concluídas ou em andamento. Não serão aceitos projetos de pesquisa.
Os Artigos Completos e Resumos para apresentação em Pôster poderão ser enviados pela Web Page da UNIMONTES em Word com cópia do comprovante de inscrição e de pagamento de taxa gravados em arquivo PDF, ou enviados por e-mail para o endereço 5povosdocerrado@gmail.com ou enviados pelo FAX (38) 37413056. EM BREVE ESTAREMOS DISPONIBILIZANDO NA WEB DA UNIMONTES OS PROCEDIMENTOS.
As inscrições de trabalhos também poderão ser realizadas diretamente na Secretaria do Campus da UNIMONTES em Pirapora, com arquivos gravados em CD e apresentação de ficha de inscrição e pagamento da respectiva taxa.


Programação

Mesas, Grupos de Trabalho, Oficinas e a Feira Regional de Economia Popular Solidária


Mesa de Abertura: “Populações tradicionais no Brasil – Desafios no Século XXI” (Prof. Dr. Antônio Carlos Diegues – USP e José Nunes de Oliveira, Xacriabá e Prefeito de São João das Missões, MG)


Mesa intercultural: “Populações Tradicionais no Norte de Minas Gerais: Multiplicidade de Territórios e os Desafios a Permanência” (Prof. Dr. Carlos Rodrigues Brandão – UNICAMP/UFU/UNIMONTES; Norberto dos Santos – Pescador de Três Marias; liderança quilombola; liderança vazanteira;)


Mesa de Encerramento: “A captura do Cerrado e a precarização de territórios: Desafios a Conservação e aos Modos de Vida do Cerrado”. (Profa. Dra. Maria Geralda de Almeida – UFG; Prof. Dr. Ricardo Ferreira Ribeiro – PUC/MG)


Mesa temática 1: DESEQUILÍBRIOS AMBIENTAIS E RECURSOS HIDRICOS: A ÁGUA COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NO CERRADO DO NORTE DE MINAS GERAIS.
Participantes:
Prof. Dr. Hernando Baggio - UNIMONTES
Prof. Dr. Adolf Heirich Horn - UFMG
Prof. Ivo das Chagas- UFMG
Prof. Wallace – UNIMONTES – mediador

Mesa Temática 2: TRADIÇÃO, IDENTIDADES, TERRITORIALIDADES E MUDANÇAS ENTRE POPULAÇÕES RURAIS E RIBEIRINHAS NO SERTÃO ROSEANO.
Participantes:
Prof. Dr. João Batista de Almeida Costa – UNIMONTES
Profa. Msc. Claudia Luz de Oliveira – UNIMONTES
Profa. Msc. Andrea Maria Narciso Rocha de Paula – UNIMONTES
Profa. Msc. Maria das Graças Campolina Cunha – UNIMONTES – Mediadora

Mesa Temática 3: URBANIZAÇÃO E NOVAS RURALIDADES NO NORTE DE MINAS GERAIS: RELAÇÕES ENTRE A PEQUENA CIDADE E O ESPAÇO RURAL
Participantes:
Profa. Dra. Anete Marília Pereira - UNIMONTES
Profa. Msc. Priscilla Caíres - UNIMONTES
Prof. Msc. Cássio Alexandre da Silva - UNIMONTES
Profa. Msc. Iara Soares de França – UNIMONTES – Mediadora

Mesa Temática 4: Redes Solidárias no Norte de Minas Gerais – Perspectivas para a Conservação Socioambiental do Cerrado
Participantes:
Especialista Arlete de Almeida – Movimento Graal - Buritizeiro
Dr. Daniel Tygel – Fórum Brasileiro de Economia Solidária
Msc. José de Andrade Matos Sobrinho – Rede Solidária da Pesca/Brasil
Profa. Dra. Luciene Rodrigues – UNIMONTES - Mediadora

Inscrições:

Até 11/05/2008 - Acadêmicos da UNIMONTES (R$20,00); Acadêmicos Outros(R$ 25,00) e Professores e Demais interessados (R$ 30,00)

Após 11/05/2008 - Acadêmicos da UNIMONTES (R$25,00); Acadêmicos Outros(R$ 30,00) e Professores e Demais interessados (R$ 35,00)


Dados para depósito em banco: Banco do Brasil, ag: 0125-2, C/C: 16434-8.

Inscrições em Mini-cursos e oficinas
Taxa de R$5,00 (cinco reais) por mini-curso/oficinas até dia 11/05/2008. Após esta data a taxa será de R$ 10,00 (dez reais).

Maiores informações: pelo telefone (38) 37413056 ou pelo email 5povosdocerrado@gmail.com